A recente pesquisa do Datafolha, encomendada pelo jornal O POVO, revelou que a percepção econômica dos fortalezenses está dividida. Enquanto 26% dos entrevistados afirmam que sua situação econômica melhorou nos últimos meses, 23% relatam piora. A maioria, 51%, acredita que sua condição permaneceu inalterada.
O levantamento, realizado entre os dias 8 e 9 de outubro, ouviu 826 pessoas e possui uma margem de erro de três pontos percentuais. Além de avaliar a situação econômica pessoal, a pesquisa também investigou a percepção dos fortalezenses sobre a economia nacional, revelando que 37% acreditam em uma piora, enquanto 42% veem estabilidade.
Entre os grupos sociais, os que se declaram pretos foram os que mais perceberam uma melhora em sua condição econômica, com 33% relatando avanços. Em contraste, 16% desse grupo apontaram piora, e 52% disseram que sua situação permaneceu a mesma.
A pesquisa também destacou diferenças significativas entre faixas etárias. Jovens entre 16 e 24 anos foram os que mais relataram estabilidade, com 55% afirmando que sua situação econômica não mudou. Já entre os entrevistados de 45 a 59 anos, 51% também perceberam estagnação, mas 22% relataram melhora.
Ricardo Coimbra, conselheiro da Apimec Brasil, comentou que a percepção de estabilidade pode ser influenciada por diferentes momentos profissionais, como a entrada no mercado de trabalho ou a proximidade da aposentadoria. Ele destacou que, apesar das variações, muitos entrevistados veem sua situação pessoal como estável.
Quando questionados sobre a economia nacional, 18% dos fortalezenses acreditam em uma melhora. Coimbra sugere que a percepção de estabilidade ou melhora pode ser influenciada por programas socioeconômicos do governo, que, ao se tornarem parte do cotidiano, perdem o impacto inicial de novidade.
A pesquisa também revelou que a percepção econômica varia conforme a escolaridade e a renda. Pessoas com ensino superior e renda acima de cinco salários mínimos foram as que mais relataram melhora em sua situação econômica, com 29% e 32%, respectivamente.
Esses dados oferecem um panorama detalhado das percepções econômicas em Fortaleza, destacando a complexidade e a diversidade de opiniões entre diferentes grupos sociais e econômicos.