Conforme evidencia o tributarista Renzo Bahury de Souza Ramos, a reforma tributária no Brasil trouxe à tona a inclusão dos automóveis no chamado “imposto do pecado”, tradicionalmente aplicado a produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente, como cigarros e bebidas alcoólicas. Este novo imposto promete impactar diretamente o setor automotivo, gerando expectativas e incertezas quanto aos preços futuros dos veículos. A alíquota exata do Imposto Seletivo ainda não foi definida, mas especialistas estimam um aumento de 5% a 10% no valor dos carros.
Por que os carros foram incluídos no “imposto do pecado”?
Segundo Renzo Bahury de Souza Ramos, o “imposto do pecado” visa desestimular o consumo de produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Veículos, por emitirem poluentes e contribuírem para a degradação ambiental, foram incluídos nesta categoria. Inicialmente, esperava-se que apenas carros a combustão fossem afetados, mas a tributação deve abranger também híbridos e elétricos.
A inclusão de veículos no “imposto do pecado” segue a lógica de taxar proporcionalmente à poluição. A nova regulamentação prevê que, aqueles que poluem mais pagam mais, e aqueles que poluem menos pagam menos. Assim, a alíquota será ajustada com base em critérios como eficiência energética e pegada de carbono.
Impactos da reforma tributária no setor automotivo
A primeira preocupação dos especialistas é a possível falta de estímulo para a compra de veículos de entrada, que atualmente custam em torno de R$70 mil. O aumento da carga tributária pode desincentivar a aquisição desses modelos, afetando diretamente o mercado. Contudo, o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) pode oferecer incentivos fiscais para a produção e consumo de veículos ambientalmente amigáveis, amenizando esse impacto.
A reforma tributária pode contradizer o objetivo do Mover, que visa fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias de propulsão e a expansão do mercado de elétricos e híbridos no Brasil. No entanto, conforme pontua Renzo Bahury de Souza Ramos, o Mover e a reforma tributária são complementares, cada um com critérios de aplicabilidade distintos, mas convergentes em seus objetivos.
Perspectivas futuras e os desafios da implementação
A carga tributária sobre os veículos deve permanecer semelhante à atual, com um aumento estimado entre 5% e 10%. No entanto, a alíquota do Imposto Seletivo ainda é incerta, o que dificulta previsões precisas. De acordo com Renzo Bahury de Souza Ramos, os veículos importados continuarão sujeitos ao Imposto de Importação, e o novo marco regulatório do Mover trará uma diferenciação entre o IPI comum e o IPI Verde, que beneficiará carros híbridos e elétricos.
O IPI Verde seguirá critérios de sustentabilidade, e fabricantes que desejem aproveitar esses benefícios fiscais precisarão se credenciar e comprovar investimentos em novas tecnologias. A transição para o novo sistema tributário, que substituirá PIS/Cofins, ICMS e IPI pelo IVA dual, não deve alterar drasticamente a carga tributária dos veículos, atualmente em torno de 27,5%.
O futuro do setor automotivo sob a nova reforma tributária
Pode-se concluir, portanto, que a inclusão dos automóveis no “imposto do pecado” e a reforma tributária trazem mudanças significativas ao setor automotivo brasileiro. Embora a alíquota exata do novo imposto ainda seja desconhecida, especialistas estimam um aumento moderado nos preços dos veículos. A coexistência do Mover e da reforma tributária promete fomentar a produção de veículos mais sustentáveis, apesar dos desafios de implementação e adaptação do mercado.
Como reitera o tributarista Renzo Bahury de Souza Ramos, a aprovação do Senado e a entrada em vigor prevista para 2033, o cenário tributário automotivo deve passar por uma transformação profunda, buscando equilibrar o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade ambiental.