Segundo Felipe Schroeder dos Anjos, o início de uma coleção de carro antigo envolve mais do que admiração estética ou nostalgia. É uma decisão que exige conhecimento técnico, pesquisa de mercado e atenção aos detalhes históricos e estruturais do veículo. Para quem está começando, entender esses fatores pode evitar frustrações e garantir um investimento seguro e prazeroso.
Um dos primeiros passos para o iniciante é definir qual o propósito da coleção: busca por valor de revenda, restauração completa, preservação original ou simplesmente o prazer de dirigir um clássico. Com esse objetivo em mente, é possível delimitar o tipo de veículo ideal, o orçamento disponível e o grau de envolvimento técnico necessário.
Modelos ideais para iniciantes no colecionismo de carro antigo
Ao escolher um carro antigo para começar, o ideal é optar por modelos que ofereçam boa disponibilidade de peças, rede de apoio entre colecionadores e manutenção acessível. Veículos nacionais das décadas de 1970 a 1990, como Fusca, Opala, Chevette e Brasília, são frequentemente indicados por especialistas como boas portas de entrada para o universo dos clássicos.
Felipe Schroeder dos Anjos observa que esses modelos contam com alta demanda, valor histórico reconhecido e simplicidade mecânica, o que facilita tanto o aprendizado quanto a conservação. Ademais, muitos clubes de carros antigos oferecem suporte técnico, eventos e orientações para restauradores iniciantes, o que contribui para tornar a jornada mais segura.
Avaliação técnica e histórico do veículo
A escolha de um carro antigo deve passar por uma inspeção rigorosa de sua condição estrutural e mecânica. Especialistas recomendam verificar a originalidade de peças como motor, câmbio, painel, bancos, volante e rodas, bem como a ausência de corrosão em pontos críticos da carroceria.

De acordo com Felipe Schroeder dos Anjos, veículos com documentação completa, histórico de manutenção registrado e procedência conhecida tendem a ser mais valorizados e confiáveis. Certidões negativas de débitos, número do motor compatível com o chassis e manuais originais são itens que fazem a diferença na hora da negociação.
Custo-benefício e planejamento de manutenção
Um aspecto frequentemente negligenciado por iniciantes é o planejamento financeiro contínuo após a compra do carro antigo. Não se trata apenas do valor de aquisição, mas dos custos com peças, oficina especializada, transporte, seguro e conservação a longo prazo. Muitos colecionadores experientes recomendam criar uma reserva destinada exclusivamente à manutenção preventiva e corretiva do veículo.
Felipe Schroeder dos Anjos frisa que o ideal é começar por um exemplar que não demande restauração completa, mas sim pequenos ajustes ou atualizações pontuais. Isso permite que o novo colecionador se familiarize com os processos envolvidos, sem comprometer demasiadamente o orçamento inicial.
Originalidade versus customização
Outro dilema comum é decidir entre manter o carro antigo original ou realizar modificações. A restauração fiel aos padrões de fábrica tende a valorizar mais o veículo em exposições e vendas futuras. Já a customização, embora possa agradar ao gosto pessoal, muitas vezes reduz o interesse de outros colecionadores, especialmente se for feita sem critérios técnicos.
Felipe Schroeder dos Anjos ressalta que, para quem está começando, o mais indicado é buscar um equilíbrio: preservar o máximo de originalidade possível, realizando melhorias apenas quando necessárias para segurança, funcionalidade ou conforto. Esse cuidado demonstra respeito à história do automóvel e garante maior reconhecimento dentro da comunidade de colecionadores.
Comece pequeno, mas com visão de longo prazo
Iniciar uma coleção com apenas um carro antigo já é um grande passo, mas é importante pensar na evolução desse acervo ao longo do tempo. Ter um local adequado para guardar o veículo, ferramentas básicas, fornecedores de confiança e uma rede de apoio são elementos que contribuem para a manutenção do entusiasmo e da qualidade da coleção.
Participar de encontros automotivos, grupos especializados e feiras de peças é altamente recomendável. Felipe Schroeder dos Anjos comenta que esse tipo de interação fortalece o aprendizado técnico, permite boas negociações e amplia a visão sobre o universo dos clássicos.
Paixão com responsabilidade
Escolher o primeiro carro antigo com critério, planejamento e conhecimento é fundamental para garantir uma experiência satisfatória. Mais do que adquirir um bem material, o colecionador assume o papel de guardião de uma parte da história automotiva. Quando essa jornada começa de forma consciente, o resultado é uma coleção sólida, valorizada e cheia de significado.
Autor: Rodion Zaitsev